Qui, 20 de setembro de 2018, 11:05

Curso de Design Gráfico da UFS é representado com dois estudantes finalistas em prêmio nacional
Eles concorrem a bolsas de estudo no exterior
Um dos trabalhos retrata a diversidade religiosa de Sergipe. (fotos: Schirlene Reis/Ascom UFS)
Um dos trabalhos retrata a diversidade religiosa de Sergipe. (fotos: Schirlene Reis/Ascom UFS)

Dois estudantes do curso de Design Gráfico foram selecionados para a etapa final do 1° Prêmio de Design Instituto Tomie Ohtake Leroy Merlin. Eles compõem uma lista de 20 projetos que ficarão expostos no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Chrisley Luiz e Breno Loeser enviaram os projetos “Conte” e “O Sergipe Encantado”, seus respectivos trabalhos de conclusão de curso.

Confira o Instagram oficial do projeto "O Sergipe Encantado"

“O prêmio pedia esse caráter de compartilhamento e é justamente essa a ideia do meu TCC. Mas a gente tem aquela autoestima baixa, não espera estar entre os selecionados”, diz Chrisley, que vai defender seu TCC ainda neste período.

Os alunos afirmam que o caráter humano e social do curso foi o que garantiu maior motivação para os projetos. Eles foram orientados pela professora Germana Araújo, a quem atribuem o resultado da seleção.

“Pra mim, um projeto que não tivesse esse diálogo com a sociedade não seria interessante. Eu gosto de procurar devolver à comunidade o que eu pude aprender na universidade. A universidade nos torna reais agentes de transformação” diz Breno, que produziu um livro que retrata a diversidade religiosa de Sergipe. Ele vai realizar a defesa de seu TCC no próximo período.

Conte


Segundo Chrisley Luiz, trabalho possui estrutura linear na qual usuário é apresentado ao projeto e às histórias que outras pessoas já compartilharam.
Segundo Chrisley Luiz, trabalho possui estrutura linear na qual usuário é apresentado ao projeto e às histórias que outras pessoas já compartilharam.

Segundo Chrisley, o Conte é um projeto de interface de um site com o objetivo de ser um espaço onde pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros e queer (LGBTQ+) possam compartilhar histórias de superação e que isso possa motivar e inspirar outras pessoas a superarem também situações semelhantes às retratadas.

O título foi divulgado como “Nós por nós”, mas na inscrição ele afirma que alertou sobre possíveis mudanças. Agora ele se chama Conte. “Para mim, esse nome remete tanto à ideia de escrever e expor as histórias quanto à de apoio e suporte que o site oferece”, explica.


“Esse nome [Conte] remete tanto à ideia de escrever e expor as histórias quanto à de apoio e suporte que o site oferece”, diz Chrisley Luiz.
“Esse nome [Conte] remete tanto à ideia de escrever e expor as histórias quanto à de apoio e suporte que o site oferece”, diz Chrisley Luiz.

Chrisley afirma que teve a oportunidade de participar do Programa Ciência sem Fronteiras, da Capes, onde passou uma temporada estudando na St. John's University, em Nova Iorque, e teve a oportunidade de ampliar seus conhecimentos na área de produção de interfaces.

“Eu construí esse projeto do site com uma estrutura linear na qual o usuário é apresentado ao projeto, às histórias que outras pessoas já compartilharam para garantir a imersão no conteúdo”. Ele afirma que o Conte é mais do que um website, é um projeto que futuramente pode se materializar em vários suportes impressos ou digitais. “Por isso é que vi a importância de construir uma identidade visual consistente”, completa.

O Sergipe Encantado


Intuito é focar nas práticas que lidam com magia, manipulação dos elementos da natureza e relação com divindades, explica Breno Loeser.
Intuito é focar nas práticas que lidam com magia, manipulação dos elementos da natureza e relação com divindades, explica Breno Loeser.

Já Breno trouxe a intolerância religiosa como tema central do projeto. “Esse é um problema frequente que afeta principalmente as religiões de matriz africana. Eu conhecia um pouco dessa variedade, mas imaginava que existiam outros fenômenos religiosos aqui no estado. Sempre tive em mente que a melhor forma de combater isso é através da educação e do conhecimento”, diz.

“O núcleo de criatividade que pude explorar e sentir a convergência de cidades, crenças e pessoas foi o Mercado Municipal de Aracaju. Lá foi onde fotografei algumas das imagens presentes no livro”.

Ele explica que o intuito foi focar nas práticas que lidam com a magia, a manipulação dos elementos da natureza, a relação com divindades e dessa forma religiões majoritariamente cristãs ficaram um pouco àparte. “Embora existam muitos praticantes que entrevistei como, por exemplo, as benzedeiras que tem relação com o divino católico”, esclarece.

Segundo Breno, ele não queria catalogar os personagens do livro por religião e encontrou no tarô uma forma subjetiva de organizar os perfis. Assim, 22 cartas de tarô simbolizam os entrevistados.


O Sergipe Encantando possui vinte e duas cartas de tarô que simbolizam os personagens entrevistados.
O Sergipe Encantando possui vinte e duas cartas de tarô que simbolizam os personagens entrevistados.

Próxima etapa

Para os 20 finalistas, o instituto disponibilizou o valor de R$ 5.000 para a elaboração de um protótipo do projeto que será elaborado sob a orientação de profissionais vinculados ao Instituto Tomie Ohtake.

Para o projeto Conte, o responsável será Cláudio Bueno, pesquisador na área de relações entre corpos, espaços e tecnologias e O Sergipe Encantado terá a contribuição de Zoy Anastassakis, pesquisadora de Design e Antropologia.

Em janeiro de 2019, o instituto irá anunciar os três vencedores que serão contemplados com bolsas de estudo em cursos de design no exterior.

Ascom

comunica@ufs.br


Atualizado em: Qui, 20 de setembro de 2018, 14:01
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